terça-feira, 20 de março de 2012

Dizer sempre sim causa frustração e pode acrescentar quilos ao peso. Aprenda a romper esse ciclo.

Bom dia!

Li o artigo abaixo e logo o associei com a nossa rotina. "Engolir sapos" nos traz uma série de consequências que, muitas vezes, não nos damos conta do quanto estamos nos prejudicando:

- sensação de sufocamento (estão nos empurrando um sapo goela abaixo);
- dor de garganta (o sapo está atravessado);
- dor na coluna cervical (contorcemos muito o pescoço ao longo do dia como sinal de rejeição àquilo que estão nos empurrando goela abaixo);
- rouquidão e tosse (o sapo desceu, mas arranhando);
- dor de estômago (OK! engulimos o que estão nos empurrando, mas vamos ter que fazer um esforço enorme para digerir este sapo)
- consequências intestinais: diarreia, prisão de ventre, ressecamento, etc (ou prendemos demais esta coisa que estão nos empurrando e não queremos soltá-la como forma de vingança, ou soltamos de uma vez em sinal de "OK, vocês me fizeram engolir isto contra a minha vontade, mas eu não vou ficar remoendo isto dentro de mim")

Lembre-se: as pessoas nos dão o que elas têm de melhor ou de pior. Cabe à nós DECIDIRMOS se vamos agarrar ou deixar cair no chão o que elas estão nos arremessando.

Desejo uma boa leitura e uma excelente reflexão sobre o texto abaixo. Se você estiver passando por um momento assim, evite resolver tudo sozinha. Procure um especialista para receber orientações psicológicas e médicas para encontrar a solução para o seu problema.

Excelente dia!

Meire Melo

Dizer sempre sim causa frustração e pode acrescentar quilos ao peso. Aprenda a romper esse ciclo

A professora Kátia Lima, 27 anos, sempre foi do tipo que evita entrar em conflitos, não gosta de expor sua opinião, foge de polêmicas, tem dificuldade para dizer não e dificilmente responde a alguma provocação. Ela só percebeu que esse tipo de atitude estava tendo reflexos na balança ao procurar uma psicóloga.

“Estava com muitos problemas e decidi procurar ajuda. Precisei de quatro meses para me conscientizar que só dizia sim para as pessoas, mesmo que isso custasse meu tempo ou que fosse contra a minha vontade”, relata. “Essa era a origem de vários problemas.”

Os “bonzinhos”, como a própria Kátia se define, constituem o principal perfil dos que sofrem com os efeitos de tanta solicitude nos ponteiros da balança. São pessoas que costumam ignorar suas vontades a fim de não gerar mágoas.

“Cuidar demais dos outros faz com que não sobre energia para cuidar de si. O ato de se colocar em último lugar e fazer só o que os outros querem, dá a sensação de ser enganada, o que pode gerar a vontade de comer mais ou demais”, explica a terapeuta cognitivo-comportamental norte-americana, Karen R Koenig, em seu livro “Engolir sapo pesa na balança” (Ed. Best Seller).

O sentimento de ser enganado, ou ainda, manipulado pelo outro, gera raiva, insegurança e submissão.

“A pessoa entende que, se não fizer daquele jeito, pode ser rejeitada socialmente. Isso leva a ansiedade e o alimento, nesse contexto, é visto como uma válvula de escape”, afirma a psicóloga e nutricionista Eliana de Almeida.

Quando a frustração se torna constante e as emoções não são trabalhadas, a alimentação se torna compulsão, levando facilmente à obesidade, alerta.

Encontrar o equilíbrio

Romper o vício de ajudar mais do que ser ajudado e aprender a dizer não é difícil e exige determinação, esforço e, principalmente, vontade genuína de mudar.

“É necessário usar inteligência, coragem, motivação, disposição, obstinação, ou seja, as mesmas qualidades utilizadas para ser boazinha com os outros”, escreve Koenig.

Kátia vem tentando mudar de atitude há um ano e diz que ainda hoje se sente desconfortável em situações que exijam uma nova postura.

“Algumas pessoas se afastaram de mim e isso dói. Tenho vontade de fazer qualquer coisa para que se aproximem de novo, mas não posso abrir mão de mim pelos outros”, relata. Nesse tempo, a professora conseguiu controlar sua alimentação com mais tranquilidade e já emagreceu quatro quilos.

“Acho que estou menos sufocada, mais livre e mais dona de mim. Isso me dá segurança e força de vontade para não cair nas tentações”, completa.

Eliana confirma que o processo é doloroso. “Assim que começam a expressar suas opiniões, elas passam a ser rejeitadas por algumas pessoas. Os que estão a sua volta, acostumados com a ‘Madre Teresa de Calcutá’, vão estranhar a mudança e refutá-la. É difícil lidar com essa rejeição também”, afirma. Por isso, a psicóloga enfatiza a importância de uma equipe multidisciplinar no tratamento da obesidade. “Não adianta fazer dieta, dizer o que pode e o que não pode comer se não tratarmos a raiz do problema. É preciso cuidar do lado psicológico junto com a reeducação alimentar”, frisa.

Em seu livro, a terapeuta Karen Koenig dá dicas do que fazer e do que não fazer para quebrar a relação entre estresse e comida:

Não faça:

- Deixar que as pessoas definam o que faz de você uma pessoa boa, altruísta e gentil

- Evitar o tempo livre porque se sente pressionada a ser produtiva e útil

- Preocupar-se com o que pensarão a seu respeito

- Deixar de cuidar de si porque isso é egoísmo

- Acreditar que a única forma de mostrar às pessoas que se importa com elas é resolvendo o problema delas ou ajudando-as em qualquer situação

- Ficar preocupada se alguém não gostar de você

- Dizer sim, quando a melhor resposta para cuidar de você seria dizer não

Aprenda a:

- Agir de forma a ter boa autoestima e capacidade de cuidar de si

- Reconhecer que você pode ser egoísta sem deixar de ser generosa e carinhosa

- Parar de procurar elogios alheios e se valorizar

- Assumir as responsabilidades pela sua felicidade e deixar os outros serem responsáveis pela deles

- Aceitar que é possível ser uma pessoa boa independente de ser produtiva ou útil

- Reconhecer que é uma pessoa boa mesmo quando não ajuda ninguém

- Parar de esperar aceitação ou elogios

- Ter compaixão consigo

- Cultivar hábitos positivos que vão elevar a autoestima e quebrar a relação entre estresse e comida

Planeta Sustentável