quinta-feira, 19 de julho de 2012

Você já parou para questionar a razão que leva inúmeros profissionais, que recebem salários expressivos, a pedirem demissão ou se sentirem insatisfeitos com a empresa em que atuam? Isso nos remete ao fato de que uma remuneração atraente nem sempre é suficiente para elevar os níveis de satisfação interna, uma vez que as pessoas não são apenas números nas folhas de pagamentos, mas sim seres que possuem sonhos e que desejam ser reconhecidos. Para trazer esse assunto à tona, entrevistei Fausto Alvarez, sócio da Kienbaum - consultoria especializada em Executive Search, Gestão de Negócios e Recursos Humanos. Segundo ele, o salário emocional compreende os fatores motivacionais que fazem com que as pessoas queiram permanecer em uma empresa. Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela Kienbaum com aproximadamente 18 mil líderes, apontou que os fatores que mais importantes influenciam para a retenção nas empresas são progresso na carreira, aprendizado e o desenvolvimento. Durante a entrevista, Fausto Álvares assinala outra questões que devem ser sinalizadas como prioritárias, para as empresas que desejam atrair e reter seus talentos.

Entrevistas


Qualidade dentro e fora

Os caminhos para existir o equilíbrio necessário entre vida pessoal e profissional

por Thais Gebrim


Estimular o debate sobre o papel de RH para elevar a competitividade das empresas sem deixar de lado o equilíbrio com o nível de qualidade de vida daqueles que tornam a organização mais produtiva. Este é um dos aspectos do mundo do trabalho que estarão em evidência no CONARH ABRH 2012, maior congresso latino-americano de gestão de pessoas. "Existe uma falsa ideia de que qualidade de vida só se refere ao tempo em que se passa fora do local de trabalho. É um erro", diz Eduardo Mezei, gerente de RH da Divisão América Latina e Caribe da FedEx Express. Para ele, que é integrante do comitê de criação do congresso, se o ambiente de trabalho é construtivo, onde todos são ouvidos, independentemente do nível hierárquico, e as pessoas são respeitadas, existe qualidade de vida dentro da vida profissional.

Confira na entrevista a seguir, concedida à jornalista Thais Gebrim.

MELHOR - Hoje, fala-se demasiadamente na falta de profissionais qualificados e os que estão empregados têm sido mais demandados para suprir esse gap, mas, também, são mais valorizados. Como isso impacta nas empresas?

Eduardo Mezei - O profissional que se sente mais valorizado vai frequentemente sentir uma melhora na sua autoestima e autoconfiança. Esses sentimentos são muito benéficos e podem ser canalizados pelas empresas que têm políticas de retenção e um bom clima organizacional. Nas empresas que são referência, o funcionário usa esses sentimentos para alcançar uma melhor performance e se desenvolver mais rápido. Da mesma forma, o profissional valorizado internamente vai considerar o esforço extra que muitas vezes lhe é exigido como oportunidade para mostrar sua capacidade de superação, esperando ser recompensado por isso - e não apenas no aspecto financeiro.

Quais serão as principais abordagens sobre remuneração e benefícios tratadas no CONARH?

A estratégia eficaz não se resume a aumentar salários, mas desenvolver uma arquitetura de remuneração e programas de recompensas que funcionem para todos os níveis da organização. Essas políticas também devem estar alinhadas com as necessidades da empresa. Para isso, é preciso responder a questões como: que níveis de recompensa total a sua empresa pode assumir? Quais são suas necessidades de negócio? Elas exigem uma estratégia de ação de curto ou longo prazo? Objetivos diferentes requerem abordagens diferentes.

Desde o boom dos processos de reengenharia e downsizing, os profissionais são mais demandados e perderam muito em qualidade de vida. Agora que o Brasil é a bola da vez e há escassez de bons profissionais, as empresas precisam rever a qualidade de vida deles?

Existe uma falsa ideia de que qualidade de vida só se refere ao tempo em que se passa fora do local de trabalho. É um erro. Se o ambiente de trabalho é construtivo, onde todos são ouvidos, independentemente do nível hierárquico, e as pessoas são respeitadas, existe qualidade de vida dentro da vida profissional. Na FedEx, por exemplo, em nossa política, as pessoas têm a oportunidade de se desenvolver de forma saudável sem deixar de lado o compromisso com metas e objetivos. Da mesma forma, estimulamos os funcionários a terem "tempo de qualidade" com suas famílias.

Quais são os principais aspectos da qualidade de vida a serem abordados no CONARH 2012? Mobilidade e flexibilidade estão incluídas?

Vamos discutir formas de garantir a produtividade em equilíbrio com o nível de qualidade de vida no contexto contemporâneo. A mobilidade e a flexibilidade podem ser ferramentas importantes, mas não adequadas a todos os tipos de empresa, devido à natureza de cada uma. O debate será em torno do binômio qualidade de vida-produtividade, de como o departamento de RH pode trabalhar e atingir um equilíbrio entre esses dois expoentes.

Mais informações e inscrições no site: http://www.conarh.com.br/


Publicado em http://revistamelhor.com.br/textos/296/artigo262715-1.asp


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